"Em muitas ocasiões, somos induzidos a fitar a amplidão celestial, incorporando energia para conquistar o futuro; entretanto, muitas vezes somos constrangidos a observar o trilho terrestre, a fim de entender o passado a que o nosso presente deve a sua origem.
Neste livro, somos forçados a contemplar-nos por dentro, no chão de nossas experiências e de nossas possibilidades, para que não nos falhe o equilíbrio à jornada redentora, no rumo do porvir.
Dele surge a voz inarticulada do Plano Divino, exortando-nos sem palavras:
— A Lei é viva e a Justiça não falha! Esquece o mal para sempre e semeia o bem cada dia!...
- Ajuda aos que te cercam, auxiliando a ti mesmo!
O tempo não pára, e, se agora encontras o teu “ontem”, não olvides que o teu “hoje” será a luz ou a treva do teu “amanhã”!...
EMMANUEL Pedro Leopoldo, 23 de janeiro de 1954.
do livro: Entre A Terra E O Céu
- Francisco Cândido Xavier - Ditado Pelo Espírito André Luiz
Em Torno Da Prece cap.1
No Templo do Socorro, (Instituição da cidade espiritual em que se encontra o Autor. — Nota do Autor espiritual) - o Ministro Clarêncio comentava a sublimidade da prece, e nós o ouvíamos com a melhor atenção.
— Todo desejo — dizia, convincente — é manancial de poder. A planta que se eleva para o alto, convertendo a própria energia em fruto que alimenta a vida, é um ser que ansiou por multiplicar-se...
— Mas todo petitório reclama quem ouça — interferiu um dos companheiros. — Quem teria respondido aos rogos, sem palavras, da planta?
O venerando orientador respondeu, tranqüilo:
— A Lei, como representação de nosso Pai Celestial, manifesta-se a tudo e a todos, através dos múltiplos agentes que a servem.
No caso a que nos reportamos, o Sol sustentou o vegetal, conferindo-lhe recursos para alcançar os objetivos que se propunha atingir.
E, imprimindo significativa entonação à voz, continuou:
— Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas.
Assim com o possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento...
As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita.
Da luz suprema à treva total, e vice -versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram.
Cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas... O caminho da ascensão espiritual é bem aquela escada milagrosa da visão de Jacob, que passava pela Terra e se perdia nos céus...
A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde.
Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina.
Desejos banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem.
Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram.
Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas...
O mentor generoso fez pequeno intervalo, como a dar-nos tempo para refletir e acentuou:
— Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de freqüência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras. Sabemos que a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída pelas criaturas de Deus, em diversas idades e posições...
No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios da herança.
Cada consciência, à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei.
Quanto mais elevada a percentagem dessas qualidades num espírito, mais amplo é o seu poder de cooperar na execução do Plano Divino, respondendo às solicitações da vida, em nome de Deus, que nos criou a todos para o Infinito Amor e para a Infinita Sabedoria...
Quebrando o silêncio que se fizera natural para a nossa reflexão, o irmão Hilário perguntou:
— Contudo, como interpretar o ensinamento, quando estivermos à frente de propósitos malignos? um homem que deseja cometer um crime estará também no serviço da prece?
— Abstenhamo-nos de empregar a palavra “prece”, quando se trate do desequilíbrio — aduziu Clarêncio, bondoso —, digamos “invocação”.
E acrescentou:
— Quando alguém nutre o desejo de perpetrar uma falta está invocando forças inferiores e mobilizando recursos pelos quais se responsabilizará.
Através dos impulsos infelizes de nossa alma, muitas vezes descemos às desvairadas vibrações da cólera ou do vício e, de semelhante posição, é fácil cairmos no enredado poço do crime, em cujas furnas nos ligamos, de imediato, a certas mentes estagnadas na ignorância, que se fazem instrumentos de nossas baixas idealizações ou das quais nos tornamos deploráveis joguetes na sombra.
Todas as nossas aspirações movimentam energias para o bem ou para o mal. Por isso mesmo, a direção delas permanece afeta à nossa responsabilidade. Analisemos com cuidado a nossa escolha, em qualquer problema ou situação do caminho que nos é dado percorrer, porquanto o nosso pensamento voará, diante de nós, atraindo e formando a realização que nos propomos atingir e, em qualquer setor da existência, a vida responde, segundo a nossa solicitação.
Seremos devedores dela pelo que houvermos recebido. O Ministro sorriu, benevolente, e lembrou:
— Estejamos convictos, porém, de que o mal é sempre um círculo fechado sobre si mesmo, guardando temporariamente aqueles que o criaram, qual se fora um quisto de curta ou longa duração, a dissolver-se, por fim, no bem infinito, à medida que se reeducam as Inteligências que a ele se aglutinam e afeiçoam.
O Senhor tolera a desarmonia, a fim de que por intermédio dela mesma se efetue o reajustamento moral dos espíritos que a sustentam, de vez que o mal reage sobre aqueles que o praticam, auxiliando-os a compreender a excelência e a imortalidade do bem, que é o inamovível fundamento da Lei.
Todos somos senhores de nossas criações e, ao mesmo tempo, delas escravos infortunados ou felizes tutelados.
Pedimos e obtemos, mas pagaremos por todas as aquisições.A responsabilidade é principio divino a que ninguém poderá fugir.
Nesse instante, uma jovem de semblante calmo penetrou no recinto e, dirigindo-se ao nosso orientador, falou algo aflita:
— Irmão Clarêncio, uma de nossas pupilas do quadro de reencarnações sob suas diretrizes pede socorro com insistência... — É um apelo individual urgente? — indagou o Ministro, preocupado.
— É assunto inquietante, mas numa prece refratada. O prestimoso instrutor convidou-nos a acompanhá-lo e seguimo-lo, atentamente.
— Mas todo petitório reclama quem ouça — interferiu um dos companheiros. — Quem teria respondido aos rogos, sem palavras, da planta?
O venerando orientador respondeu, tranqüilo:
— A Lei, como representação de nosso Pai Celestial, manifesta-se a tudo e a todos, através dos múltiplos agentes que a servem.
No caso a que nos reportamos, o Sol sustentou o vegetal, conferindo-lhe recursos para alcançar os objetivos que se propunha atingir.
E, imprimindo significativa entonação à voz, continuou:
— Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas.
Assim com o possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento...
As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita.
Da luz suprema à treva total, e vice -versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram.
Cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas... O caminho da ascensão espiritual é bem aquela escada milagrosa da visão de Jacob, que passava pela Terra e se perdia nos céus...
A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde.
Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina.
Desejos banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem.
Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram.
Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas...
O mentor generoso fez pequeno intervalo, como a dar-nos tempo para refletir e acentuou:
— Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de freqüência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras. Sabemos que a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída pelas criaturas de Deus, em diversas idades e posições...
No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios da herança.
Cada consciência, à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei.
Quanto mais elevada a percentagem dessas qualidades num espírito, mais amplo é o seu poder de cooperar na execução do Plano Divino, respondendo às solicitações da vida, em nome de Deus, que nos criou a todos para o Infinito Amor e para a Infinita Sabedoria...
Quebrando o silêncio que se fizera natural para a nossa reflexão, o irmão Hilário perguntou:
— Contudo, como interpretar o ensinamento, quando estivermos à frente de propósitos malignos? um homem que deseja cometer um crime estará também no serviço da prece?
— Abstenhamo-nos de empregar a palavra “prece”, quando se trate do desequilíbrio — aduziu Clarêncio, bondoso —, digamos “invocação”.
E acrescentou:
— Quando alguém nutre o desejo de perpetrar uma falta está invocando forças inferiores e mobilizando recursos pelos quais se responsabilizará.
Através dos impulsos infelizes de nossa alma, muitas vezes descemos às desvairadas vibrações da cólera ou do vício e, de semelhante posição, é fácil cairmos no enredado poço do crime, em cujas furnas nos ligamos, de imediato, a certas mentes estagnadas na ignorância, que se fazem instrumentos de nossas baixas idealizações ou das quais nos tornamos deploráveis joguetes na sombra.
Todas as nossas aspirações movimentam energias para o bem ou para o mal. Por isso mesmo, a direção delas permanece afeta à nossa responsabilidade. Analisemos com cuidado a nossa escolha, em qualquer problema ou situação do caminho que nos é dado percorrer, porquanto o nosso pensamento voará, diante de nós, atraindo e formando a realização que nos propomos atingir e, em qualquer setor da existência, a vida responde, segundo a nossa solicitação.
Seremos devedores dela pelo que houvermos recebido. O Ministro sorriu, benevolente, e lembrou:
— Estejamos convictos, porém, de que o mal é sempre um círculo fechado sobre si mesmo, guardando temporariamente aqueles que o criaram, qual se fora um quisto de curta ou longa duração, a dissolver-se, por fim, no bem infinito, à medida que se reeducam as Inteligências que a ele se aglutinam e afeiçoam.
O Senhor tolera a desarmonia, a fim de que por intermédio dela mesma se efetue o reajustamento moral dos espíritos que a sustentam, de vez que o mal reage sobre aqueles que o praticam, auxiliando-os a compreender a excelência e a imortalidade do bem, que é o inamovível fundamento da Lei.
Todos somos senhores de nossas criações e, ao mesmo tempo, delas escravos infortunados ou felizes tutelados.
Pedimos e obtemos, mas pagaremos por todas as aquisições.A responsabilidade é principio divino a que ninguém poderá fugir.
Nesse instante, uma jovem de semblante calmo penetrou no recinto e, dirigindo-se ao nosso orientador, falou algo aflita:
— Irmão Clarêncio, uma de nossas pupilas do quadro de reencarnações sob suas diretrizes pede socorro com insistência... — É um apelo individual urgente? — indagou o Ministro, preocupado.
— É assunto inquietante, mas numa prece refratada. O prestimoso instrutor convidou-nos a acompanhá-lo e seguimo-lo, atentamente.
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