sábado, 24 de dezembro de 2016

98) ...Estou,... e Estarei SEMPRE...




...Estou,... e Estarei SEMPRE..


       - Estarei sempre contigo, mesmo que você não creia.
        Jamais deixarei que você passe por algo que não seja necessário para a tua evolução, para o teu aprendizado.
        Conheço a ti desde o momento em que nosso Pai o criou.
        Sei de todos teus passos, onde já foi, e para onde vai.
        Nunca estive ausente, e nunca estarei. Muitos pensam que um dia irei voltar, mas, não! Eu nunca fui embora!...
        Meu desejo é de que sejas feliz.
       Por isso deixei um legado, ensinando a todos meus irmãos (vocês) a agirem sempre pensando no bem comum.

       Existe quem creia que eu nunca existí, ou que eu não era assim, tão conhecedor das leis divinas.
       Mas isso não me chateia, não me ofende.
       Nunca vou ficar magoado com nenhum de vocês.

       Minha missão está sendo cumprida: vejo o progresso moral crescente em todos, e a felicidade será naturalmente proporcional à este progresso. 
       - Estou em cada sorriso, em cada um, que você pode ver os olhos.
       Tudo vai melhorar, sempre, e venho aqui só pra dizer mais uma vez:

       - Nada temas, pois estive, Estou e estarei SEMPRE com cada um de vocês.
       Nosso destino é a Luz, a Luz que vem do Pai, do nosso Criador,... de Deus.
       Amanhã vocês comemoram o meu aniversário, o dia do meu renascimento entre vocês, acontecido a muito tempo atrás.
       Eu agradeço muito por se lembrarem de mim, e o meu presente é ver o amor que brota de seus corações, em favor de todos que lhes rodeiam.

       - Amo cada um de vocês, sem exceção. 
       Dos equivocados aos sábios, de todas as raças e credos, e sempre amarei.
       Me despeço deste texto para continuar presente em seus corações.

       Um feliz Natal, e Novo Ano, para todos nós!

                          Jesus
postagem de Oceander Veschi


terça-feira, 1 de novembro de 2016

96) A Escola Das Almas - (Linda mensagem!!!)






A Escola Das Almas

       Congregados, em torno do Cristo, os domésticos de Simão ouviram a voz suave e persuasiva do Mestre, comentando os sagrados textos.
       Quando a palavra divina terminou a formosa preleção, a sogra de Pedro indagou, inquieta:
       — Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar?
       Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou:
       — Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos.
       
       No começo é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores...
       Reparando que a senhora galiléia se sensibilizara até às lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder:
       — O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade.
       E, sorrindo, perguntou:
       — Que fazes inicialmente às lentilha, antes de servi-las à refeição?
       A interpelada respondeu, titubeante:
       — Naturalmente, Senhor, cabe-me levá-las ao fogo para que se façam suficientemente cozidas. Depois, devo temperá-las, tornando-as agradáveis ao sabor.

       — Pretenderias, também, porventura, servir pão cru à mesa?
       — De modo algum, tornou a velha humilde, antes de entregá-lo ao    
consumo caseiro, compete-me guardá-lo ao calor do forno. Sem essa medida...
       O Divino Amigo então considerou:
       — Há também um banquete festivo, na vida celestial, onde nossos sentimentos devem servir à glória do Pai. 
       - O lar, na maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador. 
que nos parece aflição ou sofrimento dentro dele é recurso espiritual. O coração acordado para a Vontade do Senhor retira as mais luminosas bênçãos de suas lutas renovadoras, porque, somente aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições.

       Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva. Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece... 
       - O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e conflitos naturais, em seu círculo, são lições.
       A sogra de Simão escutou, atenciosa, e ponderou:
       — Senhor, há criaturas, porém, que lutam e sofrem; no entanto, jamais aprendem.
       O Cristo pousou na interlocutora os olhos muito lúcidos e tornou a indagar:
       — Que fazes das lentilhas endurecidas que não cedem à ação do fogo?
       — Ah! sem dúvida, atiro-as ao monturo, porque feririam a boca do comensal descuidado e confiante.

       — Ocorre o mesmo — terminou o Mestre — com a alma rebelde às sugestões edificantes do Lar. 
       - A luta comum mantém a fervura benéfica; todavia, quando chega a morte, a grande selecionadora do alimento espiritual para os celeiros de Nosso Pai, os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, dentro da qual foram conduzidos ao forno bendito da carne, serão lançados fora, a fim de permanecerem, por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.

do livro Jesus No Lar
Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Neio Lúcio


terça-feira, 20 de setembro de 2016

95) Primeiras Pregações - A História de Hanã




Primeiras Pregações  

       Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com o Batista, no deserto triste da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. 
       Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena Natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou ao oásis de Jericó, uma bênção de verdura e águas entre as inclemências da estrada agreste. 
       De Jericó dirigiu-se então a Jerusalém, onde repousou, ao cair da noite.            
       Sentado como um peregrino, nas adjacências do Templo, Jesus foi notado por um grupo de sacerdotes e pensadores ociosos, que se sentiram atraidos pelos seus traços de formosa originalidade, e pelo seu olhar lúcido e profundo.          Alguns deles se afastaram, sem maior interesse, mas Hanã, que seria, mais tarde, o juiz inclemente de sua causa, aproximou-se do desconhecido e dirigiu-se-lhe com orgulho:   
       - Galileu, que fazes na cidade?   
       - Passo por Jerusalém, buscando a fundação do Reino de Deus!  exclamou o Cristo, com modesta nobreza.  
       - Reino de Deus?  tornou o sacerdote com acentuada ironia.  E que pensas tu venha a ser isso?   
       - Esse Reino, é a obra divina no coração dos homens!  esclareceu Jesus, com grande serenidade.  
       - Obra divina... em tuas mãos?  revidou Hanã, com uma gargalhada de desprezo.  
       
       E, continuando as suas observações irônicas, perguntou:  
       - Com que contas para levar avante essa difícil empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?... Acaso terás conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para auxiliar-te na execução de teus planos?   
       - Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares,  respondeu o Mestre com humildade.   
       - Sim  observou Hanã, — os ignorantes e os tolos estão em toda parte na Terra. - Certamente que esse representará o material de tua edificação.    
       Entretanto, propões-te realizar uma obra divina e já viste alguma estátua perfeita modelada em fragmentos de lama?  
       - Sacerdote replicou-lhe Jesus, com energia serena, — nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento,... e nenhum cinzel é superior ao da boa-vontade.  

       Impressionado com a resposta firme e inteligente, o famoso juiz ainda interrogou:   
       - Conheces Roma ou Atenas?   
       - Conheço o Amor e a Verdade disse Jesus convictamente.   
       - Tens ciência dos códigos da Corte Provincial e das leis do Templo? inquiriu Hanã, inquieto.   
       - Sei qual é a vontade de meu Pai que está nos céus  respondeu o Mestre, brandamente.  
      - O sacerdote o contemplou irritado e, dirigindo-lhe um sorriso de profundo desprezo, demandou a Torre Antônia, em atitude de orgulhosa superioridade.  

       No dia seguinte, pela manhã, o mesmo formoso peregrino foi ainda visto a contemplar as maravilhas do santuário, alguns minutos antes de internar-se pelas estradas banhadas de sol, a caminho de sua Galiléia distante.  
       Daí a algum tempo, depois de haver passado por Nazaré, descansando igualmente em Caná, Jesus se encontrava nas circunvizinhanças da cidadezinha de Cafarnaum, como se procurasse, com viva atenção, algum amigo que estivesse à sua espera.  
       Em breves instantes, ganhou as margens do Tiberíades e se dirigiu, resolutamente, a um grupo alegre de pescadores, como se, de antemão, os conhecesse a todos.  
       A manhã era bela, no seu manto diáfano de radiosas neblinas. As águas transparentes vinham beijar os eloendros da praia, como se brincassem ao sopro das virações perfumadas da Natureza. 

       Os pescadores entoavam uma cantiga rude e, dispondo inteligentemente as barcaças móveis, deitavam as redes, em meio de profunda alegria.  
       Jesus aproximou-se do grupo e, assim que dois deles desembarcaram em terra, falou-lhes com amizade:   
       - Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a trabalhar pela instituição de seu reino na Terra!  
       André lembrou-se de já o ter visto, nas cercanias de Betsaida, e do que lhe haviam dito a seu respeito, enquanto que Simão, embora agradavelmente surpreendido, o contemplava, enleado. 
       Mas, quase a um só tempo, dando expansão aos seus temperamentos acolhedores e sinceros, exclamaram respeitosamente: 
       - Sede bem-vindo!...  Jesus então lhes falou docemente do Evangelho, com o olhar incendiado de júbilos divinos.  

       Estando muitos outros companheiros do lago a observar de longe os três, André, manifestando a sua tocante ingenuidade, exclamou comovido:   
       - Um rei? Mas em Cafarnaum existem tão poucas casas!..  
       Ao que Pedro obtemperou, como se a boa-vontade devesse suprir todas as deficiências:   
       - O lago é muito grande e há várias aldeias circundando estas águas, O reino poderá abrangê-las todas!  
       Isso dizendo, fixou em Jesus o olhar perquiridor, como se fora uma grande criança meiga e sincera, desejosa de demonstrar compreensão e bondade.
        O Senhor esboçou um sorriso sereno, e, como se adiasse com prazer as suas explicações para mais tarde, inquiriu generosamente:   
       - Quereis ser meus discípulos?  
       André e Simão se interrogaram a si mesmos, permutando sentimentos de admiração embevecida. Refletia Pedro: - que homem seria aquele? onde já lhe escutara o timbre carinhoso da voz íntima e familiar? 

       Ambos os pescadores se esforçavam por dilatar o domínio de suas lembranças, de modo a encontrá-lo nas recordações mais queridas.
       Não sabiam, porém, como explicar aquela fonte de confiança e de amor que lhes brotava no âmago do espírito e, sem hesitarem, sem uma sombra de dúvida, responderam simultaneamente:   
       - Senhor, seguiremos os teus passos. 
        Jesus os abraçou com imensa ternura e, como os demais companheiros se mostrassem admirados e trocassem entre si ditérios ridicularizadores, o Mestre, acompanhado de ambos e de grande grupo de curiosos, se encaminhou para o centro de Cafarnaum, onde se erguia  a Intendência de Ântipas. 
       Entrou calmamente na coletoria e, avistando um funcionário culto, conhecido publicano da cidade, perguntou-lhe:   
       - Que fazes tu, Levi?  
       O interpelado fixou-o com surpresa; mas, seduzido pelo suave magnetismo de seu olhar, respondeu sem demora:   
       - Recolho os impostos do povo, devidos a Herodes.   
       - Queres vir comigo para recolher os bens do céu?   perguntou-lhe Jesus, com firmeza e doçura.  
       
       Levi, que seria mais tarde o apóstolo Mateus, sem que pudesse definir as santas emoções que lhe dominaram a alma, atendeu, comovido:   
       - Senhor, estou pronto!..   
       - Então, vamos  disse Jesus, abraçando-o.  
       Em seguida, o numeroso grupo se dirigiu para a casa de Simão Pedro, que oferecera ao Messias acolhida sincera em sua residência humilde, onde o Cristo fez a primeira exposição de sua consoladora doutrina, esclarecendo que a adesão desejada era a do coração sincero e puro, para sempre, às claridades do seu reino. 
       Iniciou-se naquele instante a eterna união dos inseparáveis companheiros.        Na tarde desse mesmo dia, o Mestre fez a primeira pregação da Boa Nova na praça ampla, cercada de verdura e situada naturalmente junto às águas.  
       No céu, vibravam harmonias vespertinas, como se a tarde possuísse também uma alma sensível. 
        
       As árvores vizinhas acenavam os ramos verdes ao vento do crepúsculo, como mãos da Natureza que convidassem os homens à celebração daquele primeiro ágape. 
       As aves ariscas pousavam de leve nas alcaparreiras mais próximas, como se também desejassem senti-lo, e na praia extensa se acotovelava a grande multidão de pescadores rústicos,... de mulheres aflitas, por continuadas flagelações,... de crianças sujas e abandonadas,... misturados com publicanos,... pecadores com homens analfabetos e simples,... que haviam acorrido, ansiosos por ouvi-lo.  
       Jesus contemplou a multidão e enviou-lhes um sorriso de satisfação.     
       Contrariamente às ironias de Hanã, ele aproveitaria o Sentimento como mármore precioso,... e a boa vontade como cinzel divino. 
       Os ignorantes do mundo,... os fracos,... os sofredores,... os desalentados,... os doentes e os pecadores,... seriam em suas mãos o material de base para a sua construção eterna e sublime. 

       Converteria toda miséria e toda dor num cântico de alegria, e, tomado pelas inspirações sagradas de Deus, começou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. 
       Magnetizado pelo seu amor, o povo o escutava num grande transporte de ventura. No céu havia uma vibração de claridade desconhecida.  
       Ao longe, no firmamento de Cafarnaum, o horizonte se tornara um deslumbramento de luz e, bem no alto, na cúpula dourada e silenciosa, as nuvens delicadas e alvas tomavam a forma suave das flores e dos arcanjos do Paraíso.  
 Do livro BOA NOVA  
 Pelo Espírito - Humberto De Campos    
psicografia - Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 26 de julho de 2016

94) ...Dormir,... É Coisa Séria...






...Dormir,... É Coisa Séria...

       Passamos em média mais de 30% da vida dormindo e consideramos ser somente um descanso físico, e isso é um engano.
       
       Nos arrumamos para eventos, vestimos uniforme para trabalhar, nos produzimos para festas, entre outros e esquecemos de nos prepararmos adequadamente para o momento do sono, ou seja o momento em que a alma emancipa.

       Por quê deveríamos nos preparar e como nos prepararíamos?
      - Devemos nos preparar pois, poderemos nos encontrar com entes queridos desencarnados, amigos e até nosso benfeitor (nosso anjo).
       
       -Devemos não perturbar nossa mente com os problemas do dia, não assistirmos filmes violentos, não ouvirmos músicas agitadas, não discutir, entre tantas outras dicas.

       Mude seus hábitos lendo um livro edificante, ouvindo uma música clássica, fazendo uma oração sentida ou uma reflexão com quem mora com você, etc. Essas ajudas irão contribuir até para sua memória na experiência.

       - É,... dormir,... é coisa séria.



Stela Onishi

segunda-feira, 27 de junho de 2016

93) BOM ÂNIMO (ótima história! - maravilhosa mensagem!)





8- Bom Ânimo

       O apóstolo Bartolomeu foi um dos mais dedicados discípulos do Cristo, desde os primeiros tempos de suas pregações, junto ao Tiberíades. 
       Todas as suas possibilidades eram empregadas em acompanhar o Mestre, na sua tarefa divina. Entretanto, Bartolomeu era triste e, vezes inúmeras, o Senhor o surpreendia em meditações profundas e dolorosas.  
       Foi, talvez, por isso que, uma noite, enquanto Simão Pedro e sua família se entregavam a inadiáveis afazeres domésticos, Jesus aproveitou alguns instantes para lhe falar mais demoradamente ao coração.  
  
       Após uma interrogativa afetuosa e fraternal, Bartolomeu deixou falasse o seu espírito sensível.   
     - Mestre  exclamou, timidamente —, não saberia nunca explicar-vos o porquê de minhas tristezas amargurosas. Só sei dizer que o vosso Evangelho me enche de esperanças para o Reino de Luz que nos espera os corações, além, nas alturas...
       - Quando esclarecestes que o vosso reino não é deste mundo, experimentei uma nova coragem para atravessar as misérias do caminho da Terra, pois, aqui, o selo do mal parece obscurecer as coisas mais  puras!... Por toda parte, é a vitória do crime, o jogo das ambições, a colheita dos desenganos!...  

       A voz do apóstolo se tornara quase abafada pelas lágrimas. Todavia, Jesus fitou-o brandamente e lhe falou, com serenidade:   
       - A nossa doutrina, entretanto, é a do Evangelho ou da Boa Nova e já viste, Bartolomeu, uma boa notícia não produzir alegria? Fazes bem, conservando a tua esperança em face dos novos ensinamentos; mas, não quero senão acender o bom ânimo no espírito dos meus discípulos. 
       - Se já tive ocasião de ensinar que o meu reino ainda não é deste mundo, isso não quer dizer que eu desdenhe o trabalho de estendê-lo, um dia, aos corações que mourejam na Terra. 
       Achas, então, que eu teria vindo a este mundo, sem essa certeza confortadora? 

       - O Evangelho terá de florescer, primeiramente, na alma das criaturas, antes de frutificar para o espírito dos povos. Mas, venho de meu Pai, cheio de fortaleza e confiança, e a minha mensagem há de proporcionar grande júbilo a quantos a receberem de coração.  
       Depois de uma pausa, em que o discípulo o contemplava silencioso, o Mestre continuou:   
       - A vida terrestre é uma estrada pedregosa, que conduz aos braços amorosos de Deus... 
       ...O trabalho é a marcha... 
       ...A luta comum é a caminhada de cada dia...
       ...Os instantes deliciosos da manhã e as horas noturnas de serenidade são os pontos de repouso; 

       - Mas, ouve-me bem: 
       - Na atividade ou no descanso físico, a oportunidade de uma hora, de uma leve ação, de uma palavra humilde, é o convite de Nosso Pai para que semeemos as suas bênçãos sacrossantas. 
       Em geral, os homens abusam desse ensejo precioso para anteporem a sua vontade imperfeita aos desígnios superiores, perturbando a própria marcha. Daí resultam as mais ásperas jornadas obrigatórias para retificação das faltas cometidas e muitas vezes infrutíferos labores. 
       Em vista destas razões observamos que os viajores da Terra estão sempre desalentados. 
       Na obcecação de sua vontade própria, ferem a fronte nas pedras da estrada,... 
       ...cerram os ouvidos à realidade espiritual,...
       ...vendam os olhos com a sombra da rebeldia e passam em lágrimas, em desesperadas imprecações e amargurados gemidos,...
        ...sem enxergarem a fonte cristalina,...
        ...a estrela caridosa do céu,...
        ...o perfume da flor,...
        ...a palavra de um amigo,...
        ...a claridade das experiências que Deus espalhou, para a sua jornada, em todos os aspectos do caminho.  

       Houve um pequeno intervalo nas considerações afetuosas, depois do que, sem mesmo perceber inteiramente o alcance de suas palavras, Bartolomeu interrogou:   
       - Mestre, os vossos esclarecimentos dissipam os meus pesares; mas o Evangelho exige de nós a fortaleza permanente?   
       - A verdade não exige: transforma, O Evangelho não poderia reclamar estados especiais de seus discípulos; porém, é preciso considerar que a alegria, a coragem e a esperança devem ser traços constantes de suas atividades em cada dia. 
       Por que nos firmarmos no pesadelo de uma hora, se conhecemos a realidade gloriosa da eternidade com o Nosso Pai?
       
       - E quando os negócios do mundo nos são adversos? E quando tudo parece em luta contra nós?  perguntou o pescador, de olhar inquieto.  
       Jesus, todavia, como se percebesse, inteiramente, a finalidade de suas perguntas, esclareceu com bondade:   
       - Qual o melhor negócio do mundo, Bartolomeu?... 
       ...Será a aventura que se efetua a peso de ouro, muita vez amordaçando-se o Coração e a Consciência, para aumentar as preocupações da vida material,...
        ...ou a iluminação definitiva da alma para Deus, que se realiza tão só pela boa-vontade do homem, que deseje marchar para o seu amor, por entre as urzes do caminho? 

       - Não será a adversidade  nos negócios do mundo um convite amigo para a criatura semear com mais amor, um apelo indireto que a arranque das ilusões da Terra para as verdades do reino de Deus?  

       Bartolomeu guardou aquela resposta no coração, não, todavia, sem experimentar certa estranheza. E logo, lembrando-se de que sua genitora partira, havia pouco tempo, para a sombra do túmulo, interpelou ainda, ansioso:   
       - Mestre: não será justificável a tristeza quando perdemos um ente amado?         Jesus, todavia, esclareceu com bondade:
       -  Mas, quem estará perdido, se Deus é o Pai de todos nós?... Se os que estão sepultados no lodo dos crimes hão de vislumbrar, um dia, a alvorada da redenção, por que lamentarmos, em desespero, o amigo que partiu ao chamado do Todo- Poderoso?... 
       
       ...A morte do corpo abre as portas de um mundo novo para a alma...     
       ...Ninguém fica verdadeiramente órfão sobre a Terra, como nenhum ser está abandonado, porque tudo é de Deus e todos somos seus filhos. Eis por que todo discípulo do Evangelho tem de ser um semeador de paz e de alegria!...
  
       Jesus entrou em silêncio, como se houvera terminado a sua exposição judiciosa e serena.  
       E, pois que a hora já ia adiantada, Bartolomeu se despediu. O olhar do Mestre oferecia ao seu, naquela noite, uma luz mais doce e mais brilhante; suas mãos lhe tocaram os ombros, levemente, deixando-lhe uma sensação salutar e desconhecida.  

       Embora nascido em Caná da Galiléia, Bartolomeu residia, então, em Damanuta, para onde se dirigiu, meditando gravemente nas lições que havia recebido. A noite pareceu-lhe formosa como nunca. No alto, as estrelas se lhe afiguravam as luzes gloriosas do palácio de Deus à espera das suas criaturas, com hinos de alegria. As águas do Genesaré, aos seus olhos, estavam mais plácidas e felizes. Os ventos brandos lhe sussurravam ao entendimento cariciosas inspirações, como um correio delicado que chegasse do céu.  

       Bartolomeu começou a recordar as razões de suas tristezas intraduzíveis, mas, com surpresa, não mais as encontrou no coração. Lembrava-se de haver perdido a afetuosa genitora; refletiu, porém, com mais amplitude, quanto aos desígnios da Providência Divina. 
       Deus não lhe era pai e mãe nos céus? Recordou os contratempos da vida e ponderou que seus irmãos pelo sangue o aborreciam e caluniavam. Entretanto, Jesus não lhe era um irmão generoso e sincero? Passou em revista os insucessos materiais. Contudo, que eram as suas pescarias ou a avareza dos negociantes de Betsaida e de Cafarnaum, comparados à luz do reino de Deus, que ele trabalhava por edificar no coração?  

       Chegou a casa pela madrugada. Ao longe, os primeiros clarões do Sol lhe pareciam mensageiros ao conforto celestial. O canto das aves ecoava em seu espírito como notas harmoniosas de profunda alegria. O próprio mugido dos bois apresentava nova tonalidade aos seus ouvidos. 
       Sua alma estava agora clara; o coração, aliviado e feliz.  Ao ranger os gonzos da porta, seus irmãos dirigiram-lhe impropérios, acusando-o de mau filho, de vagabundo e traidor da lei. 
       Bartolomeu, porém, recordou o Evangelho e sentiu que só ele tinha bastante alegria para dar a seus irmãos. 

       Em vez de reagir asperamente, como de outras vezes, sorriu-lhes com a bondade das explicações amigas. 
       Seu velho pai o acusou, igualmente, escorraçando-o. O apóstolo, no entanto, achou natural. Seu pai não conhecia a Jesus,... e ele O conhecia. 
       Não conseguindo esclarecê-los, guardou os bens do silêncio e achou-se na posse de uma alegria nova. 
       Depois de repousar alguns momentos, tomou as suas redes velhas e demandou sua  barca. 

       Teve para todos os companheiros de serviço uma frase consoladora e amiga. O lago como que estava mais acolhedor e mais belo; seus camaradas de trabalho, mais delicados e acessíveis. 
       De tarde, não questionou com os comerciantes, enchendo-lhes, aliás, o espírito de boas palavras e de atitudes cativantes e educativas.  Bartolomeu havia convertido todos os desalentos num cântico de alegria, ao sopro regenerador dos ensinamentos do Cristo; todos o observaram com admiração, exceto Jesus, que conhecia, com júbilo, a nova atitude mental de seu discípulo.  
        
       No sábado seguinte, o Mestre demandou as margens do lago, cercado de seus numerosos seguidores. Ali, aglomeravam-se homens e mulheres do povo, judeus e funcionários de Ântipas, a par de grande número de soldados romanos.         Jesus começou a pregar a Boa Nova e, a certa altura, contou, conforme a narrativa de Mateus, que  “o Reino dos Céus é semelhante a um tesouro que, oculto num campo, foi achado e escondido por um homem que, movido de gozo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo”.  

       Nesse instante, o olhar do Mestre pousou sobre Bartolomeu que o contemplava, embevecido; a Luz branda de seus olhos generosos penetrou fundo no íntimo do apóstolo, pela ternura que evidenciava,... e o pescador humilde compreendeu a delicada alusão do ensinamento, experimentando a alma leve e satisfeita, depois de haver alijado todas as vaidades de que ainda se não desfizera, para adquirir o tesouro divino, no campo infinito da vida.     

       Enviando a Jesus um olhar de amor e reconhecimento, Bartolomeu limpou uma lágrima. Era a primeira vez que chorava de alegria. O pescador de Dalmanuta aderira, para sempre, aos eternos júbilos do Evangelho do Reino.

do livro- BOA NOVA - Pelo Espírito-  HUMBERTO DE CAMPOS  
psicografia-Francisco Cândido Xavier 

domingo, 1 de maio de 2016

89) Bem-Aventurados Os Que Têm Fechados Os Olhos (perfeito!)





Bem-Aventurados Os Que Têm 
Fechados Os Olhos 

     21. NOTA. Quando uma aflição não é conseqüência dos atos da vida presente, deve- se-lhe buscar a causa numa vida anterior. 
     Tudo aquilo a que se dá o nome de caprichos da sorte mais não é do que efeito da justiça de Deus, que não inflige punições arbitrárias pois quer que a penaesteja sempre em correlação com a falta. 
     Se, por sua bondade, lançou um véu sobre os nossos atos passados, por outro lado nos aponta o caminho, dizendo: 
     - '“Quem matou à espada, pela espada perecerá" 

     ...palavras que se podem traduzir assim: 
     - "A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou." 
     Se, portanto, alguém sofre o tormento da perda da vista, é que esta lhe foi causa de queda. 
      Talvez tenha sido também causa de que outro perdesse a vista; 
      ...de que alguém haja perdido a vista em conseqüência do excesso de trabalho que aquele lhe impôs,... 
     ...ou de maus-tratos, de falta de cuidados, etc. 

     Nesse caso, passa ele pela pena de talião. 
     É possível que ele próprio, tomado de arrependimento, haja escolhido essa expiação, aplicando a si estas palavras de Jesus: 
     - "Se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o."

Capítulo 8-ítem 21-Bem-Aventurados Os Que Têm Puro O Coração
do livro: Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec


quinta-feira, 24 de março de 2016

88) História da Civilização à Luz do Espiritismo - RADIO NOVELA A CAMINHO DA LUZ-(Obra Mediúnica)- Vídeos de 01 A 13






História da Civilização à Luz do Espiritismo

RADIO NOVELA A CAMINHO DA LUZ 

(Obra Mediúnica)

Vídeos de 01 A 13
capítulos 01 a 25 do livro

Ditada pelo Espírito EMMANUEL


psicografia - Francisco Cândido Xavier 

(De 17 de agosto a 21 de setembro de 1938)


(no livro)Índice 11 

Antelóquio 13 

Introdução 
I - A GÊNESE PLANETÁRIA 17

A Comunidade dos Espíritos Puros. - A Ciência de todos os tempos. - Os primeiros tempos do orbe terrestre. - A criação da Lua. - A solidificação da Matéria. - O Divino Escultor. - O verbo na criação terrestre. 

II - A VIDA ORGANIZADA 25 
As construções celulares. - Os primeiros habitantes da Terra. - A elaboração paciente das formas. - As formas intermediárias da Natureza. - Os ensaios assombrosos. - Os antepassados do homem. - A grande transição. 

III - AS RAÇAS ADÂMICAS 33 
O Sistema de Capela. - Um mundo em transições. - Espíritos exilados na Terra. - Fixação dos caracteres raciais. - Origem das raças brancas. - Quatro grandes povos. - As promessas do Cristo. 

IV - A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA 41 
Os egípcios. - A ciência secreta - O Politeísmo simbólico. - O culto da morte e a metempsicose. - Os egípcios e as ciências psíquicas. - As Pirâmides - Redenção. 

V - A ÍNDIA 49 
A organização hindu. - Os arianos puros. - O expansionismo dos Árias. - Os Mahatmas. - As castas. - Os rajás e os párias. - Em face de Jesus. 

VI - A FAMÍLIA INDO-EUROPÉIA 57 
As migrações sucessivas. - A ausência de notícias históricas. - A grande virtude dos Árias europeus. - O Mediterrâneo e o Mar do Norte. - Os nórdicos e os mediterrânicos. - Origem do racionalismo. - As advertências do Cristo. 

VII - O POVO DE ISRAEL 65 
Israel. - Moisés. - O Judaísmo e o Cristianismo. - O Monoteísmo. - A escolha de Israel. - A incompreensão do Judaísmo. - No porvir. 

VIII - A CHINA MILENÁRIA 73 
A China. - A cristalização das idéias chinesas. - Fo-Hi. - Confúcio e Lao-Tsé. - O Nirvana. - A China atual. - A edificação do Evangelho. 

IX - AS GRANDES RELIGIÕES DO PASSADO 81 
As primeiras organizações religiosas. - Ainda as raças adâmicas. - A gênese das crenças religiosas. - A unidade substancial das religiões. - As revelações gradativas. - Preparação do Cristianismo. - O Cristo inconfundível. 

X - A GRÉCIA E A MISSÃO DE SÓCRATES 89 
Nas vésperas da maioridade terrestre. - Atenas e Esparta. - Experiências necessárias. - A Grécia. - Sócrates. - Os discípulos. - Provação coletiva da Grécia. 

XI - ROMA 97 
O povo etrusco. - Primórdios de Roma.- Influências decisivas. - Os patrícios e os plebeus. - A família romana. - As guerras e a maioridade terrestre. - Nas vésperas do Senhor. 

XII - A VINDA DE JESUS 105 
A manjedoura. - O Cristo e os essênios. - Cumprimento das profecias de Israel. - A grande lição. - A palavra divina. - Crepúsculo de uma civilização. - O exemplo do Cristo. 

XIII - O IMPÉRIO ROMANO E SEUS DESVIOS 113 
Os desvios romanos. - Os abusos da autoridade e do poder. - Os chefes de Roma. - O século de Augusto. - Transição de uma época. - Provações coletivas dos judeus e dos romanos. - Fim da vaidade humana. 

XIV - A EDIFICAÇÃO CRISTÃ 121 
Os primeiros cristãos. - A propagação do Cristianismo. - A redação dos textos definitivos. - A missão de Paulo. - O Apocalipse de João. - Identificação da besta apocalíptica. - O roteiro de luz e de amor. 

XV - A EVOLUÇÃO DO CRISTIANISMO 131 
Penosos compromissos romanos. - Culpas e resgates dolorosos do homem espiritual. - Os mártires. - Os apologistas. - O jejum e a oração. - Constantino. - O Papado. 

XVI - A IGREJA E A INVASÃO DOS BÁRBAROS 139 
Vitórias do Cristianismo. - Primórdios do Catolicismo. - A Igreja de Roma. - A destruição do Império. - A invasão dos bárbaros. - Razões da Idade Média. - Mestres do amor e da virtude. 

XVII - A IDADE MEDIEVAL 147 
Os mensageiros de Jesus. - O Império Bizantino. - O Islamismo. - As guerras do Islã. - Carlos Magno. - O Feudalismo. - Razões do Feudalismo. 

XVIII - OS ABUSOS DO PODER RELIGIOSO 155 
Fases da Igreja Católica. - Gregório VII. - As advertências de Jesus. - Francisco de Assis. - Os Franciscanos. - A Inquisição. - A obra do Papado. 

XIX - AS CRUZADAS E O FIM DA IDADE MÉDIA 163 
As primeiras Cruzadas. - Fim das Cruzadas. - O esforço dos emissários do Cristo. - Pobreza intelectual. - Renascimento. - Transmigrações de povos. - Fim da idade medieval. 

XX - RENASCENÇA DO MUNDO 171 
Movimentos regeneradores. - Missão da América. - O Plano Invisível e a colonização do Novo Mundo. - Apogeu da Renascença. - Renascença religiosa. - A Companhia de Jesus. - Ação do Jesuitismo. 

XXI - ÉPOCA DE TRANSIÇÃO 179 
As lutas da Reforma. - A Invencível Armada. - Guerras religiosas. - A França e a Inglaterra. - Refúgio da América. - Os Enciclopedistas. - A Independência americana. 

XXII - A REVOLUÇÃO FRANCESA 187 
A França no século XVIII. - Época de sombras. - Contra os excessos da revolução. - O período do Terror. - A Constituição. - Napoleão Bonaparte. - Allan Kardec. 

XXIII - O SÉCULO XIX 195 
Depois da Revolução. - Independência política da América. - Allan Kardec e os seus colaboradores. - As ciências sociais. - A tarefa do missionário. - Provações coletivas na França. - Provações da Igreja. 

XXIV - O ESPIRITISMO E AS GRANDES TRANSIÇÕES 203 
A extinção do cativeiro. - O Socialismo. - Restabelecendo a verdade. - Defecção da Igreja Católica. - Lutas renovadoras. - A América e o futuro. - Jesus 

XXV - O EVANGELHO E O FUTURO 211 

Conclusão  217 


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